Às vezes gostava de ser uma molécula de oxigénio. Porquê,
perguntas tu. Resposta fácil, decorada na ponta da língua como acontecia com a
tabuada na escola primária: para entrar no teu coração. Apanhar boleia do teu
sangue, conhecer-te as entranhas usufruindo da vista privilegiada das artérias,
não gosto dos capilares porque são apertados, e quando chegasse ao coração ia
agarrar-me com força, até conhecer cada canto dele. Explorar cada aurícula e
cada ventrículo. Procurar-me lá. Ver se me guardas em alguma gaveta, se
preferes ter-me pendurada no endotélio ou se não me tens lá, simplesmente.
Queria vasculhar as tuas memórias, saber onde estão os teus medos e se eu entro
nos teus sonhos. Queria olhar para mim e ver-me como tu me vês. Sim, eu
acredito que me encontraria lá, nem que fosse em formato pequeno, mal tratada e
esquecida num canto qualquer. Eu sei que de uma maneira própria tua,
desconhecida minha, eu te abalei o coração. Caso contrário, as coisas tinham sido diferentes e tu não tinhas feito nada do que fizeste por mim. A diferença está na velocidade com que vais deixar que eu saia daí, se vais deixar. Eu tenho medo que me esqueças num piscar de olhos e que eu me lembre sempre de ti. Tenho medo de um dia me cruzar contigo na rua e sentir que fazes parte de mim, porque sou assim mesmo com todo o meu passado, e que tu... que tu nem do meu nome te lembres. E sabes porque tenho medo? Porque sei o quão isso é provável. Dei-te mais do que merecias, isso nunca marca ninguém. Era isso que queria descobrir no teu coração.
Obrigada doce.
ResponderEliminargostei do texto :)
infelizmente ainda não aprendi por completo :s um beijinho fofa
ResponderEliminarjá te disse que adoooooooooooro os teus textos? :') está perfeito*
ResponderEliminarAdorei o blog , segui :)
ResponderEliminarObrigada pelo teu comentário, sem palavras *-*
Um beijinho muito grande *
não tenhas medo minha querida, o medo faz-nos perder o que poderíamos ganhar se não fosse o medo de tentar. arrisca <3
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