Agarro-a tanto
que a perco. A vida. Quero tanto viver tudo intensamente que me fico pelos
sonhos e a vida passa-me ao lado. Ainda me toca no ombro, chama-me para correr
entre os campos verdes e sorrir mas eu acho isso tão superficial que fico no
meu sofá a sonhar com uma vida intensa. Uma vida de entrega. De sentimentos
profundos. De lágrimas e sorrisos verdadeiros. Sem falsidade. Uma vida
autêntica. E a que eu tenho… nunca serve. Posso ter sonhado com ela tempo
infinito, quando a tenho, perde o sentido. Por ser minha, parece. Porque eu não
fui feita para ter uma vida vivida ao máximo. Fui feita para ficar com o papel
a sonhar com o que não tenho, nem nunca vou ter, porque quando o consigo já não
é o que quero. Fui feita para ser insatisfeita, para viver como se faltasse
sempre uma letra, um acento, um ponto ou uma vírgula na minha história. Fui
feita para nunca ser feliz, mas estar sempre bem. Mesmo quando sou feliz, sonho
que não sou. Sonho que posso ser mais. Posso ter mais. Posso viver mais. Posso
fazer mais. Nunca nada me serve. Nunca me sentei no sofá e em vez de sonhar com
o que me falta, dizer tenho tudo na vida
para ser feliz. Nunca fui feliz. Melhor, nunca acreditei que era feliz.
Porque feliz eu já fui, e se calhar ainda sou, nos momentos em que não estou
sentada no sofá. Nos momentos em que me esqueço de ser eu. Nesses momentos, eu
acredito que sou feliz, só não me lembro deles.
Ai boa querida! Adoro que gostem da minha escrita <3
ResponderEliminarAinda não te li mas depois leio, prometo! Estou cansada agora
ResponderEliminarEu também sou assim, somos demasiado exigentes connosco próprias.
ResponderEliminar"Quando a tua casa estiver pronta, é tempo de morreres."
ResponderEliminarSer uma permanente insatisfeita não é mau, é isso que te leva a lutar sempre, a descobrir coisas novas, a descobrir destinos desconhecidos, a privar com pessoas com quem nunca falaste. O bom é que nunca nada esteja completo, que falte sempre aquela peça pela qual vamos correr o mundo, mesmo que, depois de chegarmos, percebamos que afinal o puzzle era mais bonito quando estava por terminar.
Lembra-te que o que importa é a viagem, não a meta :)